Segunda-Feira, 13 de Maio de 2024
Sinuca de bico. Essa é a condição do governador Pedro Taques (PSDB) quando o assunto é a eleição para prefeito de Cuiabá e Rondonópolis, os dois principais polos políticos do estado.
Em Cuiabá, o governador que vai apoiar a reeleição do prefeito Mauro Mendes (PSB), vive o dilema pra escolher o tal vice tucano, além das escapulidas de alguns prováveis aliados.
Ontem ele revelou que manteve conversas recentes com o vice-governador Carlos Fávaro que se comprometeu em avaliar a possibilidade do PSD em apoiar a reeleição do prefeito Mauro Mendes (PSB) em Cuiabá.
“O Fávaro assegurou que vai trabalhar para o PSD apoiar a reeleição do Mauro Mendes. Nosso grupo político estará unido aqui também”, disse.
Na última semana, o vice-governador Carlos Fávaro participou de uma reunião com o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB) e revelou a disposição de indicar o candidato a vice-prefeito na chapa do peemedebista.
Um dos nomes cotados é o do suplente de deputado federal, o médico José Augusto Curvo, conhecido como “Tampinha”.
O PMDB oficializa hoje a pré-candidatura de Emanuel Pinheiro, fator considerado novo e que pode impulsionar a eleição em Cuiabá para uma disputa de segundo turno.
Questionado se a decisão de Fávaro em apoiar um candidato de oposição ao grupo político do PSDB não geraria incômodo, pois se trata de uma disputa no maior colégio eleitoral de Mato Grosso que reflete diretamente nas eleições gerais de 2018, Taques pregou o discurso de que deve ser respeitada a autonomia do PSD.
“Fávaro é presidente do PSD, um líder partidário. Isso não significa que estaremos aliados em todos os municípios. Na maior parte sim, mas o partido tem liberdade para escolher o que considera melhor”, ressaltou.
Rondonópolis dois caminhos e outro dilema para Taques
A provável disputa entre o prefeito Percival Muniz e o vice Rogério Salles, ambos aliados de Taques, é o grande dilema do governador, e é essa é a atual condição do governador Pedro Taques quando o assunto é a eleição para prefeito de Rondonópolis, da qual não pode se ausentar nem acender duas velas. Taques tem que se fazer presente por se tratar de uma disputa que passa pelo crivo de 145 mil eleitores. Terá que apagar uma vela que por certo lhe custará um preço político muito alto. Isso, por conta do fim do casamento político-administrativo do prefeito Percival Muniz (PPS) e seu vice Rogério Salles (PSDB), que é tucano tanto quanto ele. Dessa briga de foices no escuro quem tira proveito é o deputado Zé Carlos do Pátio (SD), que também está no páreo pela prefeitura da qual foi titular tanto quanto Percival o é e Rogério o foi.
Na superficialidade o discurso de Percival é o mesmo de Rogério e vice-versa. No fundo, agora ambos revelam um fosso entre eles. Esse abismo não existiu em 2012 quando juntos formaram a chapa que venceu a eleição para a prefeitura, mas essa somente foi montada pela pluralidade na cúpula política do município, que costuma exigir alianças circunstanciais em nome da sobrevivência. Hoje, Rogério e Percival caminham em direção oposta. Em algum lugar no passado Zé do Pátio também foi aliado deles. Agora é cada um pra si e Taques salve-se se puder.
Percival realiza uma administração com aprovação popular e expressivo volume de obras e Rogério não abre mão da candidatura e tem um trunfo pesado na manga: o apoio do deputado federal e ex-prefeito Adilton Sachetti (PSB), e sonha em ampliar o leque de coligados.
Em Rondonópolis, Rogério e Percival tocam o barco político cada um remando longe do outro, mas ambos torcendo pelo entendimento, com o detalhe que cada um o vê ao seu modo: o prefeito querendo manter seu vice e esse rezando pra que aquele retire sua candidatura e o apoie.
Autor: Rafael Costa com Diário de Cuiabá
