Quarta-Feira, 01 de Maio de 2024

Fora Temer, fora Dilma, fora eu




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Cansei. Sério, não dá mais. Vivemos sob uma “idiotocracia”. Vou romper a espiral do silêncio, fodam-se os haters. Estamos a poucos dias das eleições municipais e a palhaçada é a mesma, Brasil a fora. Falar sobre política tornou-se moda e a frase “não gosto de política” foi trocada por termos como “petralhas” e “coxinhas”.

Esse Fla-Flu infernal tem legitimado os preguiçosos mentais a escolher um lado e seguir a galera. A dicotomia do “eles contra nós” tirou de cena o bom senso e deu espaço aos imbecis úteis a ideologias travestidas de preocupação social.

Um teste: alguém em pleno uso de suas faculdades mentais tem dúvida de que Cunha só caiu porque perdeu o poder no Congresso ou que o crime de responsabilidade de Dilma foi apenas uma desculpa jurídica para o impeachment? Segue o gabarito: são apenas dois lados lutando pelo poder e não pelo povo. Aliás, “o povo que se foda!”, geralmente pensa quem está no alto escalão do poder.

O problema é que, enquanto ficamos brincando de cabra cega, de pega-pega político-partidário, tentando personificar nas figuras públicas nossa incapacidade de fazer boas escolhas por meio do voto, os discursos não mudam: mais saúde, segurança e educação. Merda!

Uma vez, durante uma reportagem, contei a história de um paciente que morreu depois de ter recebido alta do hospital duas vezes e ficar 11 horas na recepção do pronto socorro. O caso dele não foi parar na campanha eleitoral. Se fosse, talvez seria no programa do adversário que o faria, não pela morte do homem de 42 anos, mas para conseguir se eleger.

Seja honesto intelectualmente. Seja liberal ou conservador, de direita, esquerda ou centro, só pare de encher o nosso saco com besteiras. Os mocinhos e bandidos estão misturados em diversas cores e bandeiras. Sem dúvida, seu time tem bandidos e corruptos (todos tem). Ao invés de malabarismos para tentar justificar os fatos, utilize o seu esforço dialético para tirar essas merdas do seu grupo, de perto de você.

Não há dúvidas de que precisamos de política. Sem ela, vamos direto para as mãos de ditadores, para o caos das guerrilhas, dos conflitos armados. Tenho a convicção de que bandido tem de ser punido com a letra da lei, que corrupção tem de ser sinônimo de perda de cargo e cadeia.

Entretanto, precisamo usar um pouco da nossa inteligência pra entender que a solução para toda essa desgraça nacional não está em um governante (ou governanta). Precisamos entender que ficar militando nas redes sociais não substitui a ação diante das unas, o ato de votar em quem presta.

Por fim, precisamos sim de pessoas críticas e corajosas. No entanto, aquelas esclarecidas tem de soltar a voz e falar alto, para que a boçalidade fique acuada, quem sabe, nos guetos onde hoje habita o bom senso.

 

*André Barros é jornalista


Autor: André Barros


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