A equipe econômica do Governo do Estado afirmou que o adiamento do pagamento dos salários de 10% dos servidores é um problema pontual e que já estava previsto há algum tempo.
Os secretários Júlio Modesto (Gestão) e Seneri Paludo (Fazenda) declararam, na manhã desta sexta-feira (22), que o fluxo de caixa de Mato Grosso tem sido acompanhado diariamente para evitar que a mesma medida seja adotada nos próximos meses.
Conforme anunciado na última quinta-feira (22), no dia 30 de setembro serão pagos os salários dos servidores que recebem até R$ 6 mil. O restante, que ganha acima desse valor, será pago até o dia 10 de outubro.
“Ontem de manhã, por exemplo, o recurso financeiro para pagar os salários era de 70%. Ao longo do dia nós fomos ajustando, fazendo sacrifício e conseguimos chegar a 90%. Nós temos feito a gestão do fluxo de caixa, por dia. Caso haja uma nova entrada de caixa, a gente consegue avançar um pouquinho mais. Temos feito esse acompanhamento diariamente”, afirmou Paludo.
De acordo com o secretário da Sefaz, a situação dos cofres do Estado se agravou neste mês, pois, além do atraso de repasses por parte da União, como o Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX) - na ordem de R$ 400 milhões -, o Governo teve aumento de gastos com o pagamento de 2% da Revisão Geral Anual (RGA) e a parcela do pagamento da dívida dolarizada.
“O problema é a crise nacional. Nós sabíamos desde o ano passado que esse mês seria extremamente difícil por conta de alguns fatores. Além do fluxo de caixa que já vinha apertado, tem a 1ª parcela da RGA; e também tem esse valor do pagamento de R$ 115 milhões ao Bank Of America, em que, apesar de a liminar da Justiça ao Ministério Público Estadual proibir o Governo de fazer esse depósito, nós tivemos que, por uma decisão do Supremo, ‘congelar’ esse valor em uma conta judicial”, explicou.
O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, que também participou da coletiva à imprensa, afirmou que o Governo busca garantias para que não seja necessário, nos próximos meses, adotar a mesma medida.
“A garantia que nós damos é que estamos buscando alternativas para que isso não ocorra mais. Além das medidas que estamos tomando, esperaramos o dinheiro da União”, declarou.
“Estamos buscando arrecadar mais, cortando o custeio. A partir do dia 26, o horário de trabalho será das 13 horas às 19 horas. Nós somos pró-ativos, já sabemos que a crise está aí, mas não vamos ficar de braços cruzados ou sentados na praça, jogando milho aos pombos. A garantia é que nós estamos trabalhando para que isso ocorra só neste mês. Daí nós vamos fazer a análise mês a mês”, declarou.
Conforme o Governo, a mudança da data de pagamento irá atingir de 6 mil a 7 mil servidores. Do total de R$ 400 milhões do custo da folha salarial, R$ 117 milhões serão pagos até o dia 10 de outubro.
Autor: Airton Marques com Midia News