S�bado, 11 de Maio de 2024

Advogado exige R$ 1 milhão para não entregar Romoaldo Júnior




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O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou nesta quarta-feira (5) a segunda fase da “Operação Ventríloquo”, denominada “Filhos de Gepeto”, em referência ao personagem da Disney que criou o mentiroso Pinóquio, obteve como prova do esquema de desvio de verbas, que envolve o deputado estadual Romoaldo Aloisio Boraczynski Júnior (PMDB), uma mensagem encaminhada por celular em 7 julho de 2015, às 14 horas, pouco após á deflagração da primeira fase da Ventríloquo. Nela, o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues pressiona o irmão do deputado, Juliano Jorge Boraczynki, pedindo R$ 1 milhão, para ficar calado e não entregar todo o esquema à Polícia.

“Tenho seu mano gravado várias vezes...Quero um milhão p segurar a bronca toda..Vcs tem 3 dias”, eis a mensagem, em tom de ameaça, seguida de outra bem curta. “Sim ou não?”

O advogado Júlio Cesar encaminhou um SMS (short message service) de seu aparelho de telefonia móvel (11 95073-6430) para o telefone do irmão do parlamentar, Juliano.

Se não passassem o valor exigido, a promessa do advogado era a de entregar ao Gaeco os áudios comprometedores.

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), as conversas gravadas por Julio Cesar “podem ser categorizadas como verdadeira confabulação mafiosa, em que integrantes da organização criminosa exigem sua parte do dinheiro desviado, restando clara a ocorrência de sérias divergências entre seus integrantes acerca da divisão dos valores expropriado dos cofres públicos”.

Segundo os integrantes do Gaeco, há razões suficientes para embasar o pedido de prisão preventiva contra o chefe de gabinete do deputado Romoaldo Júnior, Francisvaldo Mendes Pacheco, preso nesta quarta, e também o deputado, que escapou da prisão por ter foro privilegiado.

Também aparecem nesta investigação os deputados Mauro Savi (PR) e Gilmar Fabris (PSD) e o ex-deputado José Riva (sem partido). Tanto o advogado Júlio Cesar quanto Francisvaldo foram denunciados pelo MPE.

De acordo com a denúncia, “os investigados subtraíram dinheiro público no montante de R$ 9.480.547,69 em proveito próprio e alheio (peculato-furto), valendo-se da facilidade que proporcionava a condição de funcionários públicos de alguns de seus membros”.

Ainda de acordo com a denúncia, entre 2013 e 2014, os investigados Francisvaldo, Julio Cesar, Riva, Anderson Flavio de Godoi, Luiz Marcio Bastos Pommot, Joaquim Fábio Mielli Camargo, e outros agentes e parlamentares estaduais, “constituíram uma organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o fito de saquear os cofres públicos”. No caso, o alvo era a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.


Autor: Keka Werneck com Gazeta Digital


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