Quinta-Feira, 02 de Maio de 2024

Mãe de adolescente morta critica investigações e questiona dados apagados de celular




COMPARTILHE

Cristiane Perossi, mãe da adolescente Rurye Perossi Youssef, de 16 anos, que foi assassinada em 17 de setembro de 2016 em Sinop, supostamente por um Policial Civil, afirmou que o celular de sua filha foi devolvido pelos investigadores completamente apagado.

O inquérito que investigava o crime estava parado na Corregedoria da Polícia Civil por falta de provas e só foi retomado após Cristiane conseguir juntar algumas informações. A mãe afirma que não confia mais na Polícia Civil de Sinop e não sabe o porque do inquérito de sua filha ter sido conduzido da maneira que foi. A PJC afirmou que o caso segue em sigilo de Justiça.

Em maio de 2017 Cristiane fez uma postagem em seu perfil no Facebook pedindo que denunciassem que seria o autor do assassinato de sua filha. Por causa disso ela começou a receber várias mensagens de pessoas afirmando que o responsável seria um policial civil.

“Depois da primeira postagem que eu fiz pedindo que denunciassem, chegaram algumas denúncias para mim, de pessoas dizendo que era um policial daqui de Sinop. Aí depois que eu tive acesso ao inquérito e consultei eu fui atrás do corregedor, porque o inquérito estava na Corregedoria, mas como não havia diligência. O corregedor não tinha o que fazer, como se deixasse ali em um canto, e foi então que eu comuniquei ele destas denúncias, que eu tinha procurado o Ministério Público para fazer a denúncia de que era um policial o autor do crime, e ele reabriu, veio para Sinop, veio ouvir testemunhas, veio coletar o máximo de informação possível, mandei tudo o que eu tinha coletado para ele também”, contou a mãe.

As investigações foram retomadas somente em 20 de agosto de 2017, cerca de 11 meses depois do assassinato de Rurye. Antes de Cristiane procurar a Corregedoria da PJC o inquérito estava parado. A mãe também criticou a forma como ele havia sido feito.

“O inquérito é uma palhaçada, eu sou leiga nesta área de justiça, olhei e pensei até eu que sou veterinária conseguiria fazer diligências melhores do que foi feito, porque o delegado não fez absolutamente nada, só juntou o laudo de perícia criminal, alguns depoimentos de pessoas desconhecidas dela, que só estavam lá, mas não faziam parte do círculo de amizade dela, nem estavam ao lado dela no momento, ele juntou a análise sobre os cartuchos das armas e mais nada. Ele não pediu quebra do sigilo de telefone da Rurye, não pediu quebra so sigilo dos amigos dela, que naquele momento poderiam ter falado alguma coisa, não pediu as gravações do sistema de segurança da região, não fez nada que pudesse colaborar para elucidar este crime”, disse.

Após as investigações iniciais, conduzidas então pelo delegado Carlos Eduardo Muniz, o celular de Rurye, que estava com a perícia, foi devolvido completamente apagado. Cristiane já o enviou novamente à Corregedoria.

“O celular estava sem nada, sem chip, sem memória, sem nada, e não ligava. então eu mandei para a corregedoria e aí eles enviaram à perícia, mas o resultado eu não tenho. Dentro deste inquérito que está sendo investigado pela corregedoria exista uma cautelar que eu não tenho acesso, é sigiloso, então eu não sei o que conseguiram resgatar desse celular”.

Cristiane também ficou surpresa ao descobrir que o depoimento de uma das amigas de Rurye, a única que foi ouvida, segundo ela, e que estava com a garota no momento do assassinato, não foi anexado ao inquérito.

“O depoimento de algumas pessoas que não faziam parte do círculo social dela foram anexados, que só estavam ali, mas daqueles amigos que estavam com ela só foi ouvida uma, que estava ao lado dela, e esta menina deu depoimento, foi levada até o lugar para mostrar como aconteceu tudo e o depoimento dela, que foi o primeiro, não foi anexado ao inquérito, desapareceu este depoimento dela, e isto foi uma das coisas que me chamou a atenção, porque não foi anexado?”.

A mãe também disse que não confia mais em ninguém da Delegacia de Sinop e apenas se relaciona com a Corregedoria. A resposta que ela recebe é que o caso não está parado e que ela deve receber um relatório em breve.

“Falaram que estão investigando, mas que agora é tudo mais difícil, porque o trabalho que deveria ter sido feito nos primeiros dias, muitas provas eles perderam, como imagens, porque não tem mais as imagens de sistema de segurança do carro na rua. Então eles estão usando as armas possíveis para hoje. Depois de tanto tempo estão investigando, disseram que não estão parados e vão me apresentar um relatório em breve”, contou.

Ao Olhar Direto, o delegado Carlos Eduardo Muniz já havia dito que “faz um ano que o inquérito foi repassado para a diretoria da Polícia Civil, está com a corregedoria. Tem muito tempo que terminais. Investigamos até certo ponto e tivemos que remetê-lo para a Capita de forma rápida”. O caso agora é conduzido pelo delegado Alcindo Rodrigues da Silva.

A assessoria da Polícia Judiciária Civil afirmou que não pode se manifestar sobre o caso porque o inquérito segue em segredo de Justiça, mas que assim que for concluído será divulgado, principalmente para a família.


Autor: Vinicius Mendes com Olhar Direto


Comentários
O Jornal da Notícia não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros.

Nome:
E-mail:
Mensagem:
 



Copyright - Jornal da Noticia e um meio de comunicacao de propriedade da AMZ Ltda.
Para reproduzir as materias e necessario apenas dar credito a Central AMZ de Noticias