Em busca de transparência nas relações entre as empresas e consumidores de carnes em geral, o deputado federal Júlio Campos apresentou projeto de Lei que obriga empresas a especificarem nas embalagens desses produtos o quanto tem de gelo e o quanto de carne, pois hoje clientes são lesados e pagam pelo gelo.
De acordo com Júlio Campos, a cada quilo de carne pago pelo cliente, eles levam somente 920 gramas de carne e 80 gramas eles pagam por gelo. “É inadmissível que isso aconteça, os consumidores estão sendo roubados, seus direitos estão sendo violados. Todas as vezes que ele compra carne congeladas, de frango, de peixe, ou bovina ele paga pela água infiltrada na carne embutida na hora do congelamento”, argumentou Júlio Campos.
Segundo o parlamentar democrata, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), mediante a Portaria nº 157, de 2002, regulamenta a forma de expressar o conteúdo de produtos pré-medidos. Entretanto, no que se refere ao peso drenado, a regulamentação trata apenas de produtos que apresentem duas fases: líquida e sólida, separáveis por filtragem simples, como é o caso das azeitonas, palmitos, cogumelos que são embalados em vidros juntamente com água, azeite ou vinagre.
Nesses casos, é obrigatório informar o peso drenado, mas isso não se aplica à carne congelada, porque nesse produto a fase sólida e a fase líquida não são separáveis por filtragem, posto que a água encontra-se infiltrada na carne e ambas estão congeladas, não estando a água sequer visível ao consumidor.
“Por isso propus este projeto que impedirá que os clientes sejam enganados na momento da compra de carnes, dará maior transparência nas relações comerciais e coibirá que o cliente pague pelo gelo”, disse Júlio Campos.
Autor: Rosangela Mendes
