A crueldade humana por muitas vezes é uma ameaça aos animais do cerrado tocantinense, e foi pensando nisso que escolas de Palmas adotaram símbolos deles como mascotes. A conscientização sobre a preservação e cuidado é reforçada através de jogos educativos, aulas, vídeos, assim como pinturas e desenhos.
No Centro Municipal de Educação Infantil João e Maria alunos aprendem sobre o lobo-guará, o escolhido como mascote. O animal está estampado no uniforme das crianças como um lembrete da importância de proteger e respeitar o nosso cerrado. Já no uniforme dos professores e funcionários, o lobo está representado através das cores marrom e avermelhado.
"O nosso trabalho pedagógico têm sido sido de uma forma muito intensa em relação a estar mostrando não só as crianças, mas para os pais, para a comunidade escolar o nosso mascote. Que até mesmo o nosso uniforme foi feito nas cores do lobo-guará, para estar sempre enfatizando o lobo-guará junto às famílias, não somente com as crianças", comentou a professora Livia Moura.
Enquanto recortam cartolinas, colam e pintam desenhos na creche, crianças aprendem principalmente o papel que os animais do cerrado têm para manter uma natureza equilibrada. Outros três animais do cerrado são mascotes símbolos de escolas e creches no estado. Na ETI Marcos Freire por exemplo, o novo mascote é a onça, animal encontrado em regiões como o assentamento São João, a 20km do centro de Palmas.
O animal está presente em banners colados na parede e é tema em sala de aula regularmente. Os alunos da escola aprendem o que são e como vivem com ajuda de um 'Guia de Convivência Gente e Onça'. O material fala sobre o desafio na convivência ser humano e animais, além de promover maneiras para prevenir ataques no caso de algum contato com a onça.
O aluno Wanderson da Costa tem 15 anos e passou por uma experiência. Ele conta que no dia anterior, quando visitava o sítio do avô, uma onça passou pelos animais que estavam na propriedade e atacou um bezerro. O avô e Wanderson foram procurá-lo no dia seguinte e encontraram apenas rastros no capim amaçado e ossos do bezerro.
A aluna Adrielly Viana de 14 anos tem consciência do lugar que é de direito dos animais do cerrado. E que por vezes, a influência negativa do ser humano pode levar o animal a procurar outro abrigo. "Nós que estamos no lugar deles na verdade. A selva, a floresta, tudo é deles. Nós que estamos detruindo e poluindo, e por isso ela poderia estar com fome ou algo assim", comentou.
Professores da escola buscam trabalhar a consciência de cada jovem para que não sigam maus exemplos, de pessoas que caçam animais nativos, e enfatizam que a prática é considerada crime ambiental.
Autor: AMZ Noticias com G1