Em 2018, Cuiabá atingiu a maior prevalência de obesidade em adultos superando o percentual nacional que é de 19,8%. Na capital mato-grossense e em Manaus (AM) essa incidência chegou a 23%. Dados como estes fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada ontem pelo Ministério da Saúde (MS). O Vigitel revelou ainda que 60,7% da população cuiabana está com excesso de peso.
As entrevistas telefônicas realizadas pelo Vigitel foram feitas entre os meses de janeiro e dezembro do ano passado e por uma empresa especializada. Segundo o MS, em estudos epidemiológicos, o diagnóstico do estado nutricional de adultos é feito a partir do índice de massa corporal (IMC), obtido pela divisão do peso, medido em quilogramas, pela altura ao quadrado, medida em metros (kg/m2). O excesso de peso é diagnosticado quando o IMC alcança valor igual ou superior a 25 kg/m2, enquanto a obesidade é diagnosticada com valor de IMC igual ou superior a 30 kg/m2.
Em nível nacional, a pesquisa aponta para um aumento de 67,8% da obesidade nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Conforme o MS, o Brasil nos últimos três anos apresentava taxa estáveis da doença. Desde 2015, a prevalência de obesidade se manteve em 18,9%. Em 2018, os dados também apontaram que o crescimento da obesidade foi maior entre os adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente.
Nas capitais, a frequência de obesos variou entre 15,7% em São Luís e 23,0% em Cuiabá e Manaus. Entre os homens, as maiores frequências de obesidade foram observadas, na capital mato-grossense (25,4%), em Manaus (27,1%) e Porto Velho (23,2%). Entre as mulheres, foram no Rio de Janeiro (24,6%), Rio Branco (23,0%) e Recife (22,6%). Em Cuiabá, esse percentual entre o público feminino foi de 20,7%. Já as menores frequências de obesidade ocorreram, entre homens, em Aracajú (14,4%), Curitiba (14,8%) e Goiânia (15,5%) e, entre mulheres, em Palmas (14,9%), São Luís (15,7%) e Florianópolis (16,4%).
A pesquisa também registrou crescimento considerável de excesso de peso entre a população brasileira: 55,7%. Um aumento de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% no ano de 2006. O aumento da prevalência foi maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7%. Quando verificado o sexo, os homens apresentam crescimento de 21,7% e as mulheres 40%.
Entre as capitais, a frequência de adultos com excesso de peso variou entre 47,2% em São Luís e 60,7% em Cuiabá. Entre os homens, as maiores prevalências foram observadas entre os cuiabanos (65,1%), além dos que residem em Porto Alegre (66,7%), Rio Branco (65,2%). Entre mulheres, a capital mato-grossense também registrou uma das maiores incidências: 56,6%, assim como no Rio de Janeiro (58,4%), em Manaus (56,8%) e em São Paulo. As menores taxas, entre homens, ocorreram em Teresina (49,3%), São Luís (49,6%) e Curitiba (53,0%) e, entre mulheres, em Palmas (44,1%), São Luís (45,2%) e Florianópolis (46,0%).
Para reverter o quadro, as autoridades públicas brasileiras estabeleceram metas e políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional. Uma dessas propostas é a redução do consumo de refrigerantes e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta e aumentar o consumo regular de frutas e hortaliças. Neste último caso, por exemplo, em nível nacional, a ingestão de frutas e hortaliças cresceu 15,5% entre 2008 e 2018, passando de 20% para 23,1%.
Em Cuiabá, 33,2% dos adultos entrevistados disseram se alimentar deste tipo de alimentação mais saudável em cinco ou mais dias da semana. Levando em consideração apenas as pessoas do sexo masculino esse percentual é de 26% e, entre o feminino, de 40%. Conforme o MS, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o que equivale, aproximadamente, ao consumo diário de cinco porções desses alimentos.
Também houve incremento da prática de atividade física no tempo livre em torno de 25,7% (2009 a 2018), assim como o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 53,4% (de 2007 a 2018), entre os adultos das capitais. A frequência de adultos que referiram o consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana variou entre 6,0% em João Pessoa e Salvador e 23,0% em Porto Alegre.
As maiores frequências dessa condição, entre homens, foram encontradas em Porto Alegre (29,0%), Rio de Janeiro (23,7%) e Goiânia (22,1%) e, entre mulheres, em Porto Alegre (18,1%), São Paulo (16,0%) e Cuiabá (15,3%). As menores frequências, no sexo masculino, ocorreram em Salvador (5,4%), João Pessoa (7,8%) e Natal (9,1%) e, no sexo feminino, em Fortaleza (4,2%), João Pessoa (4,6%) e Maceió (4,7%).
Além do item sobre o peso, a seleção dos indicadores considerou sua importância para a determinação da carga total de doença estimada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a região das Américas. Entre os fatores de risco foram incluídos o hábito de fumar, o consumo de refrigerantes, a inatividade física e o consumo de bebidas alcoólicas, além da referência ao diagnóstico médico de hipertensão arterial e diabetes.
Já entre os fatores de proteção foram incluídos a prática de atividade física no tempo livre e no deslocamento para o trabalho, curso ou escola, o consumo de frutas e hortaliças e a realização de exames para detecção precoce de tipos comuns de câncer em mulheres (mamografia e citologia oncótica para câncer de colo de útero).
Autor: AMZ Noticias com Diário de Cuiabá