Mesmo fora do quadro dos estados brasileiros com o surto de casos do sarampo, o Ministério da Saúde (MS) orientou Mato Grosso e os demais estados com situação epidemiológica controlada a reforçar as medidas de prevenção, de investigação e de bloqueio vacinal em casos suspeitos. Além disso, o Estado deve ampliar nos próximos dias a vacinação com a tríplice viral, que protege contra a doença, para as crianças de seis meses a menores de um ano.
Conforme a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde, Alessandra Cristina Ferreira, Mato Grosso ainda não recebeu as doses extras. “A secretaria está aguardando uma nota técnica do Ministério informando qual será a quantidade das doses adicionais enviadas a Mato Grosso e quando elas devem ser encaminhadas para nós”.
Atualmente, o estado tem 150.433 mil doses da vacina tríplice viral para atingir uma meta mensal de cerca de 2.300 crianças que se encaixam nessa faixa etária. Após o envio das doses extras, esse número deve aumentar. A vacina para meninos e meninas de seis meses a menores de um ano não fazia parte do calendário básico de vacinação do Brasil, mas em decorrência de essa faixa etária ser mais suscetível a casos graves e óbitos, foi necessário a ampliação do público alvo como medida preventiva.
Em Cuiabá, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que iniciou, ontem (22), a imunização das crianças na faixa etária preconizada visando intensificação vacinal. “Embora Mato Grosso não tenha casos confirmados, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Paraná, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe, tiveram. Totalizando um coeficiente de incidência da doença de 0,80 por 100.000 habitantes. Dessa forma, o Ministério elaborou essa estratégia em resposta rápida para proteger esse público-alvo, que se mostrou mais suscetível a casos graves da doença e óbitos”, frisou a responsável técnica de Imunização de Cuiabá, Sandra Horn.
Segundo a SMS, a medida preventiva é chamada de “dose zero” e devem ser imunizadas 1,4 milhão de crianças em todo país. Para isso, o Ministério da Saúde informou que irá enviar 1,6 milhão de doses a mais para os estados. Ainda, segundo Horn, é importante esclarecer que a chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança.
“Além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral mais varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses. Ou seja, a vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente de a criança ter tomada a “dose zero” da vacina”, enfatizou.
A Saúde municipal reforçou ainda que realiza rotineiramente, por meio das unidades de atenção básica, ações de atualização do calendário vacinal. Na rotina, a tríplice viral está disponível em todas as salas vacinais para crianças de 12 a 15 meses. A dose previne também contra rubéola e caxumba.
Os principais sintomas da doença são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade. Porém, a doença pode ser prevenida por vacinação.
Autor: AMZ Noticias com Diário de Cuiabá