Mato Grosso fechou o ano de 2019 com o registro de 31.169 focos de calor, quantidade que representa um aumento de 73% se comparado a 2018, quando foram detectadas 18.031 ocorrências de queimadas. Para conter o avanço, o governo de Mato Grosso informou que investiu R$ 2,8 milhões em toda a temporada de incêndios florestais no ano passado.
Segundo o Estado, o período abrange as três fases que incluem planejamento, prevenção e preparação, o que ocorrem antes do período da seca, além das ações de combate ao fogo e responsabilização durante os eventos e a última fase de responsabilização e avaliação. Em 2017, o Estado contabilizou 30.911 focos e, em 2016, 27.305 pontos de queimadas. Ainda no ano passado, os meses com maiores picos foram agosto (8.030) e setembro (10.747).
De acordo com os dados compilados pelo Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CEGF), os valores foram investidos por meio de diversas fontes, sendo R$1,3 milhão aplicado pelo Corpo de Bombeiro Militar CBM), R$ 924 mil pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e R$ 350 mil investidos por outras forças de segurança vinculadas à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
As prefeituras municipais investiram cerca de R$ 250 mil para combate aos incêndios. Já a iniciativa privada investiu cerca de meio milhão de reais no combate aos incêndios florestais. “Este ano, tivemos uma seca muito mais severa do que em anos anteriores e mesmo diante de do cenário mantivemos os mesmos índices de focos de calor observados em 2017. O resultado é fruto de um trabalho árduo e da integração entre os diversos órgãos do Estado”, explica a secretária de Meio Ambiente, MaurenLazzaretti, disse por meio da assessoria de imprensa. Ela ressaltou ainda, que em 2018, as chuvas tiveram início mais cedo, tornando a seca menos intensa.
Durante todo o período proibitivo foi ativado o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman), que atua para fortalecer as ações de monitoramento, prevenção, preparação e resposta rápida aos incêndios florestais, de forma integrada com os diversos níveis de governo. Para dar celeridade e assertividade nas respostas aos incêndios florestais, foram instaladas salas de monitoramento descentralizadas nos comandos regionais do Corpo de Bombeiros de Cuiabá, Sinop, Barra do Garças, Cáceres e Tangará da Serra. As ações de resposta aos incêndios foram conduzidas pelas unidades operacionais Bombeiro Militar que se encontram instaladas em 22 municípios mato-grossenses.
Além disso, a temporada de 2019 também contou com o apoio de nove brigadas municipais mistas (BMM) e oito bases descentralizadas bombeiro militar (BDBM). Foram realizadas ainda as operações “Abafa” realizadas nas regiões da Amazônia e do Araguaia resultaram em mais de R$ 70 milhões de multas aplicadas por crimes contra a flora. Nos pontos fiscalizados, foram identificados 80.652 hectares de área em que o fogo foi utilizado ilegalmente durante o período proibitivo que, em 2019, teve início em 15 de julho e encerrou em 28 de outubro. Ente ano, foram realizadas duas operações na região amazônica e uma no Araguaia.
PAÍS - O número de focos de fogo na Amazônia cresceu 30% em 2019 em relação ao ano anterior, segundo dados compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao todo, foram 89.178 incêndios detectados pelo satélite de 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano passado. É o maior número desde 2017, que registrou 107.439 focos.
Em agosto, quando ocorreu o auge das queimadas, foram 30.901 incêndios — o pior mês da série de 2019 e o mais incendiário desde 2010. O pico das queimadas na Amazônia ganhou repercussão mundial e levou lideranças estrangeiras, como o presidente da França, Emmanuel Macron, a pressionar Jair Bolsonaro quanto à política ambiental do Brasil para a floresta. Além dos efeitos deletérios à biodiversidade, a população amazônica sentiu efeitos na saúde.
Setembro, por sua vez, foi o segundo mês recordista do ano, com 19.925 focos de queimadas. O crescimento dos incêndios, no entanto, não coincidiu com um período de seca intensa como no caso de 2017. Especialistas apontam diversas evidências para ação humana na deflagração das chamas.
O chamado "dia do fogo", investigado pela Polícia Federal, é um dos indícios da ação de fazendeiros e grileiros que desejavam chamar atenção do governo federal através das queimadas. O presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, responsabilizou em mais de uma ocasião as ONGs pelos incêndios no bioma amazônico.
Tasso Azevedo, engenheiro florestal e coordenador do MapBiomas Alerta, lembra que, apesar da alta de registros de fogo, o período de seca da Amazônia ficou abaixo da média de anos anteriores.
Autor: AMZ Noticias com Diário de Cuiabá