Jornal da Notícia
  Domingo, 28 de Abril de 2024

Taques lamenta índices da educação e cobra �choque de gestão�




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O senador Pedro Taques (PDT-MT) lamentou a situação precária da educação em Mato Grosso. Para ele, os elevados índices de analfabetismo, evasão escolar e a baixa qualidade do ensino resultam da falta de planejamento e má-gestão dos recursos públicos. Na quinta-feira (14.03), após citar dados que justificam a baixa colocação do estado em relação ao resto do país, o parlamentar propôs um “choque de gestão” ao Governo de Mato Grosso.

“Senhor governador Silval Barbosa: não é possível ingressar num ciclo de desenvolvimento social e econômico sustentável quando se possui os piores resultados nos indicadores de educação do país. Os erros da gestão estão deixando rastros cada vez mais difíceis de serem escondidos e marcas profundas de desrespeito em uma geração inteira de matogrossenses”, afirmou Pedro Taques, da tribuna do Senado.

Ao analisar as recomendações e advertências do Ministério Público de Contas - que avaliou as contas anuais da Secretaria de Estado de Educação, Seduc, exercício 2011, Pedro Taques observou que o gasto com a Educação em Mato Grosso supera o montante destinado ao sistema penitenciário. O custo médio anual de um aluno da rede estadual em 2011 foi de R$ 2.632,00. Para o mesmo período, o custo médio de um reeducando foi de R$ 9.652,20. “Não é possível falar de futuro quando se investe o quádruplo de recursos em um reeducando do sistema penitenciário do quem em um aluno da rede estadual de ensino. Estamos acolhendo mais detentos nas prisões que alunos nas escolas”, contestou.

Conforme relatou o senador, o estado possui os piores resultados em diversos indicadores de educação, no comparativo nacional, regional e isoladamente com os demais estados da região Centro-Oeste. De acordo com o levantamento das contas da Seduc, Mato Grosso investiu em 2011, em Educação, 2,25% do PIB. Na média nacional, o investimento em educação é de 3,9% do PIB estadual. O senador observa que no mesmo período houve um aumento de 40% nos gastos com o Poder Legislativo do Estado. “Essa diferença revela para onde estão indo as prioridades governamentais”, completa.

Pedro Taques afirma ainda que os resultados “vergonhosos” são piores quando o ensino médio é avaliado. O abandono do ensino médio é 11,5 vezes maior que do ensino fundamental. Em 2008, por exemplo, a taxa de reprovação no ensino médio era de 5,3% e explodiu para 18,2%. A taxa de abandono, por sua vez, aumentou em mais de 4,3%, com pico de quase 50% em 2009.

A erradicação do analfabetismo no estado, na faixa etária de 15 anos ou mais, evoluiu de forma muito lenta. Em 2000 eram 12,4% dos matogrossenses que não sabiam ler nem escrever; em 2009, foram 10,2% e em 2010 foram 8,5%.

O mesmo descaso, segundo Pedro Taques, ocorre com aqueles que são os agentes principais: os profissionais da educação. “As experiências exitosas mostram que, de todos os fatores que influenciam a qualidade da escola, o professor é, sem dúvida, o mais importante. Por isso, a formação continuada é um dos pressupostos mais importantes para bons resultados em educação”, cobrou.

Para combater os resultados negativos da educação de Mato Grosso, Pedro Taques cobrou planejamento e reformas da Secretaria de Educação. “Encarar o desafio de fazer uma profunda reforma do sistema educacional não é tarefa fácil. Ela deve passar por choque de gestão; diversificação de opções de formação; inversão da escala de prioridade; melhor formação de professores, diretores e inspetores; instauração de avaliações de desempenho para premiar méritos e penalizar ineficiências, e acima de tudo, senhoras e senhores: respeito ao que é público”, finalizou. 


Autor: Jean Campos - Jornal da Noticia


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