“Não é problema do Governo, é algo pessoal dele”, disse o governador Mauro Mendes (União), ao comentar a prisão do seu ex-secretário de Ciências, Tecnologia e Inovação, Nilton Borgato (PSD), na manhã desta terça-feira (19), pela Polícia Federal, na Operação Descobrimento, que apura o tráfico internacional de drogas.
A fala de Mendes foi feita em entrevista ao programa A Tribuna, da Rádio Vila Real. Questionado, ele afirmou que tomou conhecimento da prisão nesta manhã, mas que desconhecia qualquer relação de Nilton com o fato. “O que as pessoas fazem na vida deles, não é problema do Governo. É algo pessoal dele. É um crime pessoal e se proceder, ele tem que responder”, declarou Mendes durante sua participação ao vivo.
Borgato foi nomeado secretário na gestão Mendes. Ele é graduado em Tecnologia em Gestão Pública pela Federal do Paraná e já tinha sido prefeito de Glória D’Oeste por dois mandados consecutivos 2009/2016. Em 2017, foi nomeado como assessor direto do vice-governador de Mato Grosso, Carlos Fávaro, que atualmente está como senador.
De acordo com as informações da assessoria de imprensa da PF, a operação é da Polícia Federal da Bahia e tem como objetivo desarticular o tráfico internacional de cocaína. São cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão preventiva na Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.
Há também cumprimentos de 3 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão em Portugal, nas cidades do Porto e Braga. As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvados e pela Justiça Portuguesa.
Foram decretadas ainda medidas de apreensão, sequestro e bloqueio de imóveis, bens e valores das contas usadas pelos investigados. Não foi confirmada qual era a participação do ex-secretário no esquema. Além dele, o lobista Rowles Magalhães também foi preso.
A operação tem como base a apreensão de 595 kg de cocaína apreendidas dentro da fuselagem de uma aeronave em fevereiro de 2021, dentro do Aeroporto Internacional de Salvador. O jato Dassault Falcon 900, de uma empresa portuguesa de táxi aéreo, parou para abastecer e durante a inspeção, agentes encontraram a droga.
A partir das investigações, a polícia conseguiu identificar toda a estrutura criminosa atuante nos dois países, compostas por fornecedores de cocaína, mecânicos e auxiliares –responsáveis pela abertura da fuselagem do avião para esconder a droga -, transportadores – que eram responsáveis pelos voos – além dos doleiros – responsáveis pela movimentação financeira do grupo.
Autor: AMZ Noticias com Gazeta Digital