Não é novidade esse tipo de ataque em lavouras de milho, que, por serem uma grande fonte de alimentos, atraem os javalis e javaporcos (cruzamento de porco doméstico com javali selvagem). Outra dor de cabeça para o produtor rural de Mato Grosso são os catetos (caititus) e os queixadas, espécies que têm grande poder de devastação.
Preocupada com os prejuízos causados nas lavouras, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) recomenda que os agricultores utilizem o aplicativo TimeStamp Camera Basic, disponível para Android e IOS.
“A Aprosoja recomenda que os produtores façam vídeos com o celular na horizontal. O aplicativo ajuda no georreferenciamento dos ataques de porcos do mato, informando a localização exata, data e anexando fotos e vídeos. Isso irá ajudar a montar um banco de dados para que o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) façam o controle dessas pragas,”, destaca o vice-presidente da Aprosoja/MT, Lucas Costa Beber.
Para o produtor de Querência (945 km a Nordeste de Cuiabá), Nirto Luiz Fasolo Junior, os ataques vêm aumentando na região, a cada safra. “Estamos preocupados com os prejuízos que os porcos-do-mato vêm causando em nossas propriedades, destruindo as lavouras de milho”, disse Fasolo.
No Município de Sorriso (420 km ao Norte da Capital), a presença indesejada desses animais selvagens também tem crescido, conforme comenta do produtor rural Tiago Stefanello. “Já está insustentável o aumento de porco-do-mato no Estado e, se continuar assim, a perda será muito grande para essa safra”, aponta Stefanello.
Uma medida que auxiliaria o controle, e que a maioria dos produtores solicita, é que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) autorize o abate para controle de populacional dos catetos e queixadas. Em 2013, foi autorizado o abate de javalis e javaporcos, sob autorização e supervisão do órgão.
“A caça para consumo humano deveria ser liberada, respeitando as regras ambientais, ajudando a diminuir os ataques e minimizando os prejuízos”, diz o presidente do sindicato rural de Primavera do Leste, Marcos Bravin.
A Aprosoja Mato Grosso destacou ainda a importância de fazer o cadastro dos ataques por meio do aplicativo, para que possa ser analisada a região que tem maior incidência de problemas com os animais selvagens.
Autor: Redação AMZ Noticias