Segunda-Feira, 13 de Maio de 2024

Uma proposta alternativa para Mato Grosso - Sim, um outro Mato Grosso é possível!




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A pergunta pode parecer retórica, mas providencial: Você está contente com tudo que está aí? Do último mês de junho, mais precisamente entre os dias 17 a 20, quando se deu o mais retumbante eco popular dos últimos 20 anos, vem a resposta: Não! Você não está contente, eu não estou contente e a maioria esmagadora da população também não.

 

Mas a profilaxia social não permite apenas uma resposta dialética, por mais reveladoras que tenham sido as manifestações - ainda que não orgânicas - ou com base em surtos sazonais de mobilizações que vem do acúmulo do descontentamento geral. Ao passo que os números consolidam essa resposta. Segundo pesquisa CNT/Sensus: 83% da população brasileira aprovaram os protestos. Dos participantes, 80% não têm preferência partidária e 73% dos que saíram as ruas, participaram pela primeira vez de um manifesto.

 

Forçoso dizer que o contexto nacional não se dissocia do que foi visto e posto em Mato Grosso no engrossar das fileiras do maior manifesto espontâneo da história do país com nada menos que 50 mil pessoas saindo às ruas da capital mato-grossense e outras dezenas de milhares em outras cidades do estado. Embora com bandeiras dispares, chegamos ao consenso de que a maioria protestava por melhoria nas condições de saúde, educação, moradia, além claro contra o aumento nas passagens, bem como tantas outras bandeiras essas marteladas durante anos por movimentos sociais, somado a indignação geral contra a corrupção que grassa em todos os quadrantes de poder do estado, não bastasse, um inconteste descontentamento com os atuais políticos que aí estão.

 

Boa foi a notícia, melhor ainda o resultado da pressão popular que forçou a tomada de algumas medidas importantes por parte do poder publico para com a população, tanto ainda melhor a perspectiva que, com as eleições vindouras, teremos a oportunidade de dar o mesmo grito das ruas no alto-falante soberano das urnas, com uma resposta mais ou menos assim.

 

Temos um estado discrepante, tido como panacéia do agronegócio, celeiro da produção primária de commodities, no entanto estamos entalados no desvão da pior posição de desenvolvimento humano do Centro-oeste. Isso quer dizer que temos uma minoria próspera e uma maioria esmagadora à margem dessa prosperidade, sem acesso sequer às condições básicas de cidadania observadas na Constituição. O nome disso é concentração de renda e o resultado é um sistema perverso onde os de cima sobem cada vez mais esmagando os de baixo.

 

É preciso inverter prioridades, o agronegócio não sustenta nossas mesas, a hortaliça que você come no almoço vem dos pequenos produtores, da agricultura familiar, dos cinturões produtivos espalhados pelos rincões do estado. Por outro lado, o perdão das dívidas dos grandes produtores que correm para Brasília atrás de anistia quando o cinto aperta, acaba caindo nas costas do pequeno comerciante e do pagador de imposto em geral, pessoas simples, como eu e vocês, na conta de quem se depositam os custos dessa ficção.

 

De Rondolândia a Alto Taquari, no entanto, não se tem notícia de que pequenos comerciantes se sintam representados, tanto no congresso como no executivo. A bancada é ruralista, os governadores que por aí passaram nos últimos 30 anos são financiados, grosso modo, pelo agronegócio - quando não é o seu próprio ícone o eleito. Os industriais têm seus incentivos fiscais, e não vislumbramos nesse desalentador norte quem realmente proteja o trabalhador, o pequeno comerciante, o vendedor de lanche, aqueles que praticam atividades meramente de subsistência, o cidadão comum que necessita de ofertas de serviços públicos de qualidade. A estes, sobra apenas a mão pesada do estado e a escorchante taxação de impostos que carcome predatoriamente 35% dos seus ganhos, isso quando parte dessa 'facada' não escoa para o ralo da corrupção.

 

Para uma plantação de 5 hectares de soja, com a mecanização, são necessários apenas 5 funcionários. Já para qualquer loja de esquina facilmente se emprega 10 a 20 pessoas, e é sobre essas empresas e pessoas que recaem a maior pressão, somos nós, os trabalhadores que pagamos, proporcionalmente, a maior taxa de imposto ao estado, ao município e a união, retroalimentando esse sistema perverso de concentração de renda e escravizando 4 meses de trabalho do cidadão para cobrir a conta que foi perdoada dos gigantes protegidos do poder político anódino ao povo.

 

Entretanto, o pai de família que atrasa o pagamento da prestação do carro popular ou da TV de plasma tem o nome negativado e nada se fala sobre o perdão de dívidas ou anistia. Enquanto os grandes marcham em caminhonetes importadas para Brasília e retornam, via de regra, com uma belo perdão e/ou renegociação das suas dívidas, o sorriso largo e toda a bancada política satisfeita por ter retribuído os favores financeiro-eleitorais.

 

É isso mesmo! O agronegócio é o braço financeiro de todos os candidatos que se apresentaram até o momento aos cargos majoritários, todas as correntes políticas têm o laço do agronegócio amarrado nos pés. Eles, unidos, controlam a política e tudo que dela advém, sobrando ao povo somente as migalhas que caem da mesa. É um anacronismo sórdido e facilmente visível a quem queira enxergar.

 

É esse sistema que desonera os grandes latifundiários que produz soja para engordar gado em países asiáticos, que não agrega valor, não gera empregos significativos, não soma dividendos na balança fiscal e acaba faltando na ponta, exatamente onde há mais necessidade da presença do estado é o que está instalado há décadas em nosso estado sob diversas gangs comandadas por caciques que por ai ditam as regras do jogo. Sem contar que o dinheiro do imposto que os grandes produtores deixam de pagar é aquele que falta para construir hospitais e escolas, no prato da merenda ou no aumento salarial dos funcionários públicos que mais precisam dar resposta e atendimento à população, como policiais, médicos e professores. Sequer as perdas salariais são recompostas.

 

O jogo dialético proposto como uma alternativa de poder vai ao encontro dessas idéias, entre tantas outras de caráter paradigmático, sem a pretensão de se apresentar como revolucionárias, mas com o ímpeto de mudança que pode reacender na população a esperança por dias melhores e um destino menos marginal ao processo de desenvolvimento por qual passamos. Sai aqui a figura do representante das elites que quer falar em nome do povo, e entra a alternativa, alguém do próprio povo, que conhece suas agruras e lutas, que trafega nas batalhas comunitárias, sociais, estudantis e movimentos populares com a desenvoltura de quem de lá saiu, como proponente de ser não porta-voz dessas pessoas, mas de suas aspirações.

 

Como militante de causas populares desde os tempos juvenis, tenho a clareza daquilo que a classe popular deseja e precisa, somado as demandas atuais que serão catalogadas em encontros que faremos em cada gueto da micro-física de poder no estado, especialmente nos lares e organizações civis, é que o Partido Humanista da Solidariedade criará uma plataforma para apresentar a sociedade nas eleições de 2014.

 

Não estamos apresentando a sociedade um nome ou personagem, mas uma proposta, cujo núcleo é a vontade extremada de mudar as coisas como estão postas, e para isso o desafio se torna tão maior quanto nossos poderosos adversários, mas rebate na crença fecunda de que um outro modelo econômico e político é possível, baseado na defesa das minorias, dos fracos e oprimidos, daqueles que realmente necessitam e clamam, neste momento explosivo de reivindicações das ruas. Governar é fazer escolhas, e nossa escolha será sempre por aqueles para quem o estado insiste em voltar às costas.

 

Rico não precisa do estado, quem precisa é o pobre, e é por eles que construiremos esta alternativa real de poder. Os pequenos e médios empresários, os comerciantes em geral também precisam de incentivos, e o maior deles seria deixá-los trabalhar em paz, diminuindo, sem meios termos, a carga tributária que solapa a vida dos quase 3 milhões de habitantes do nosso rico Mato Grosso, marginalizados pelo processo de concentração de riqueza que vigora há quase 300 anos.

 

O germe da mudança foi instalado no sistema à partir da colocação da nossa pré-disposição em mudar o que esta aí, se apresentando como uma alternativa proposta, numa dialética que reside na necessidade imperiosa de eu, você e todos nós querermos mudar e acreditarmos nessas mudanças.

 

Sim, um outro Mato Grosso é possível!

 

José Marcondes 'Muvuca' é ativista político, jornalista e pré-candidato ao governo do estado de Mato Grosso pelo  Partido Humanista da Solidariedade - PHS.


Autor: José Marcondes 'Muvuca'


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