Com 1h15 de atraso, Justin Bieber se apresentou para 35 mil pessoas na Arena Anhembi, em São Paulo. Em meio a choradeiras, histeria e desmaios, o cantor pop candense tirou suspiros das fãs que esgotaram os ingressos do local. No entanto, no bis do show - momento em que ele cantaria "Baby" - uma garrafa d'água foi atirada contra seu microfone. Irritado, Bieber deixou o palco antes do gran finale.
Os bailarinos de Bieber ficaram paralisados ao verem o astro teen saindo o palco. Esperançosos, eles até tentaram aguardar a volta do cantor, mas em vão. Ele não apareceu e muitas fãs caíram novamente ao choro. "Alguém tem que pedir desculpa para ele", disse uma delas. Poucas horas após o show, as hashtags "#SorryJustinFromBrazil" e "#BrazilSorryJustin" entraram para os trending topics mundial. Fãs de todas as partes do mundo tentaram se desculpar com o cantor pelo ocorrido no Brasil. Ainda na rede social, Bieber agradeceu o amor dos fãs e aproveitou para dizer que neste domingo faz mais um show no país, no Rio de Janeiro.
Mesmo dando chá de cadeira nas fãs, Justin empolgou o público paulistano abrindo o show da turnê "Believe" com o hit "All Around the World". Pedindo que o público fizesse muito barulho, ele disse: "E aí, São Paulo?! Estão prontos para uma aventura esta noite? Sou o Justin Bieber e quero levar vocês. Pulem, pulem!".
Incorporando um sex symbol, Bieber fez trocas de roupas e levou a garotada ao delírio ao tirar a camisa. Outro ponto alto da apresentação foi o momento que escolheu uma felizarda para subir ao palco e ganhar a tão desejada corOa de flores no hit "One less lonely girl".
Um dia antes do show de Justin Bieber em São Paulo, fãs do cantor pop superlotam a rua Olavo Fontoura, em frente ao Anhembi – local da apresentação. Muitos deles estão sem tomar banho, faltaram na escola, perderam provas, enfrentaram calor e frio e não desgrudam das barracas, transformando a calçada em uma espécie de Woodstock brasileiro adolescente. Assista ao vídeo acima.
Em clima de festa, gritos e ansiedade para ver o ídolo, muitos pais acompanham seus filhos para realizar o sonho deles, perdem dias de trabalho e passam as noites dentro de uma barraca pequena e com pouco aconchego.
Mas nem sempre foi assim.Adolescentes e jovens só voltaram a montar barracas no local no início desta semana. Proibidos pelo Conselho Tutelar e Guarda Civil Metropolitana desde o final de setembro, eles ignoraram a medida e formaram um grande acampamento no lugar.
De acordo com a assesoria do Anhembi, não houve nenhuma liberação de nenhum dos órgãos para que as fãs voltassem a se instalar no local. "Elas não podem ficar ali porque atrapalham o fluxo e é muito perigoso. Além de tudo, muitas são menores de idade", explicou o assesor, que aguarda um posicionamento do Conselho Tutelar e da Subprefeitura de Santana.
Procurada pelo UOL, a subprefeitura de Santana/Tucuruvi disse que tem realizado vistorias diárias na região do Sambódromo em razão da proximidade do show. "As pessoas estão sendo orientadas a preservar o espaço mínimo, para garantir a circulação de pedestres na calçada", diz o órgão em comunicado. E acrescenta: "Não há liberação por parte da subprefeitura para a montagem de barracas".
Os fãs estão no local desde o dia 13 de setembro. Inicialmente, montavam barracas e acampavam no portão 29 do Anhembi.
No entanto, depois que a Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro determinou que barracas não fossem montadas em frente ao sambódromo da cidade, as novas medidas chegaram a São Paulo. Desde o dia 26 de setembro, as paulistas também foram proibidas de acampar na rua à espera de Justin. Segundo a assessoria das subprefeituras de São Paulo, as barracas foram retiradas com ajuda do Conselho Tutelar e da Guarda Civil Metropolitana por "uso irregular do solo e obstrução de passagem".
No dia 3 de outubro, a equipe do UOL esteve no local e conversou com as fãs que relataram alguns perrengues passados por elas desde o primeiro dia que se instalaram no Anhembi.
"No dia em que tiraram as barracas, vieram muitos policiais aqui e, se a gente não saísse, iam tirar a força e pegar tudo o que tinha no chão. Falaram que se a gente dormisse aqui, os pais poderiam até responder processo", contou ao UOL a estudante T. G., de 17 anos. Ela é uma dos 280 fãs que se dividem em grupos e se revezam diariamente para "marcar território" em frente ao Anhembi, mesmo sem barraca.
Autor: UOL