A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 9, a ‘Operação Pró-Vita’, de combate à comercialização de medicamentos ilegais e prática de abortos criminosos em série na região Leste do Estado, na divisa com o Estado de Goiás. Serão cumpridos hoje 66 mandados judiciais, sendo 11 de prisão temporária, 33 de conduções coercitivas e 23 de busca e apreensão. Entre os envolvidos estáum médico, vários farmacêuticos e atendentes de farmácias da região Leste do Estado.
A investigação revelou a existência de uma rede criminosa, dividida em duas ramificações que interagiam nas práticas dos crimes. A primeira, voltada para a importação e distribuição de medicamentos de origem estrangeira sem o necessário registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) para farmacêuticos e médicos da região.
Os remédios são de circulação proibida no país e utilizados como abortivos, remédios para tratamento de obesidade e disfunção erétil. A segunda ramificação é composta por médicos e pessoas associadas, acusados de realizarem procedimentos abortivos mediante recebimento de vantagens financeiras.
Por sua vez, os médicos utilizavam os medicamentos ilegais, fornecidos por farmacêuticos e importadores de remédios, na estrutura do serviço público de saúde: os materiais e equipamentos do Hospital Municipal de Barra do Garças. Além do crime de aborto, eles cobravam pela realização de procedimentos médicos custeados pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
Durante a fase de investigação foi possível identificar uma série de casos de abortos criminosos e a apreensão de 187 comprimidos de Cytotec - quantidade suficiente para a realização de ao menos 50 abortos, 260 comprimidos de Sibutramina, 56 comprimidos de Desobesi-M, 60 comprimidos de Xanax, 40 comprimidos de Rheumazin e 50 comprimidos de Pramil.
A Operação envolve cerca de 110 policiais federais e 5 servidores da Anvisa, nos estados de Mato Grosso e Goiás.
Os mandados judiciais estão distribuídos entre as cidades de Barra do Garças, Alto da Boa Vista e Primavera do Leste, no Mato Grosso. Em Goiás, há mandados a serem cumpridos em Goiânia, Aragarças, Baliza e Aparecida de Goiânia. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Barra do Garças. Além disso, a justiça determinou o sequestro dos bens dos investigados.
Os presos serão encaminhados para a Cadeia Pública do Município de Barra do Garças/MT e responderão criminalmente por aborto, comercialização de medicamentos sem registro na ANVISA, peculato, corrupção e formação de quadrilha.
O termo 'Pro Vita' deriva do latim e significa “Pela Vida” em português contemporâneo.
Autor: 24 Horas News