Sobre a educação no estado de Mato Grosso, podemos dizer que ela está sendo vítima de uma experiência de muito mau gosto. Algumas experiências não muito satisfatórias estão em curso. Em atos episódicos!
Dito episódico porque constantemente fatos novos são colocadas em prática sem pensar e consequentemente tem resultados não significativos, um exemplo disso, é a questão da contagem de pontos para atribuição de aula 2017. Uma verdadeira vingança se exalou! Pois, a Seduc em suas magníficas portarias, tentou de todas as maneiras excluir ao máximo o professor interino e, de certa forma conseguindo.
Outra questão que pode ser apresentada é a briga política entre o sindicato e governo. Uma vez que, cada lado tem seu partido politico e objetivo. O sindicato nos últimos 50 anos tem enfrentado o governo buscando mediação corretamente em prol da categoria, e o governo pelo que percebemos vem com muitas interrogações.
Não sabemos qual seu real objetivo para com a educação em Mato Grosso. Vivemos em uma sociedade que o profissional da educação tem responsabilidade árdua, e a escola acaba recebendo a responsabilidade de educar e ensinar.
Não seria inconveniente dizer que vivemos o mesmo da época do período “Pombalino”, para além do mito, ficou o debate que a sua atuação suscitou ao longo de décadas: o lastro ideológico, reformador e autoritário, voluntarista, despótico e de tirano esclarecido. Penso que é bem isso, inclusive, quando digo tirano esclarecido, podemos justificar informando que em uma escola em Várzea Grande bacharéis de administração estão lecionando a disciplina de língua portuguesa, como isso é possível?
Para quem não sabe, apesar da profissão professor não ser tão valorizada financeiramente e socialmente, temos que escolher um curso de licenciatura, frequentar a universidade e concluir a graduação específica, e no decorrer desse curso passamos por disciplinas obrigatórias à docência, como por exemplo, práticas de ensino, didática, psicologia da educação, estágios em escolas, libras entre outras.
É, mas está parecendo que a formação do profissional da educação não é tão importante para o governo e para muitos que utilizam paletó neste estado.
Não pararam para pensar que os tempos são outros e que a educação precisa ser pensada e realizada pelos que a conhecem, e não por distribuição de pastas por partido político. A educação no âmbito geral tem a responsabilidade em buscar reanimar nos jovens a reflexão sobre valores sociais, políticos, econômicos, religiosos, estéticos e comportamentais.
Como aqueles de outrora que queriam “revolução” embalados pelo sonho de uma sociedade alternativa, ecológica, justa, igualitária.
As crianças e os jovens do início do terceiro milênio não vivem um sonho coletivo de mudança social. Seu sonho é meramente subjetivo e individual. São mais propensos à discussão sobre assuntos menores do cotidiano proporcionados pela era informacional, amigos, namoro, aparência, do que os “grandes temas” de décadas passadas, dificultando a formação de um cidadão crítico e consciente.
Os pais de antigamente comandavam totalmente a educação dos filhos. Hoje, os mesmos se sentem comandados pelos seus rebentos. Resta a esperança para alguns de que a escola os eduque.
Deixo algumas indagações: Será que o governo e seus pares tem noção do que estão aplicando para educação em Mato Grosso? E o concurso público? Afinal estamos falando em um dos serviços essenciais que, inclusive, é pautado na Constituição de 1988, que diz “todos tem direito à educação”, porém, de qualidade. E, para ter qualidade há necessidade de se ter respeito para com a categoria e para com as universidades que formam e orientam os professores.
Edson Carmo é professor da rede pública municipal e particular
Autor: Edson Carmo