Quinta-Feira, 12 de Junho de 2025

O Brasil que eu quero




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A Rede Globo de Televisão vem promovendo uma campanha que incentiva brasileiros de todos os rincões a se manifestarem sobre a questão: “o Brasil que quero”. Os vídeos mostram uma sincronia nas manifestações com um desejo enorme por um país mais justo vestido de ética, saúde, educação, segurança, preservação do meio ambiente, dentre outros anseios da população para alcançarmos a primeira grandeza entre as superpotências.

Essa linguagem não foge do discurso dos 15 pré-candidatos a presidente da República que se comprometem em romper o ciclo de violência e da desigualdade instalados há anos no país.

Mas, lamentavelmente, nem os eleitores e nem os pré-candidatos a presidente apresentam propostas concretas de “como fazer” para realizar os desejos dos brasileiros, muito menos para onde conduzir o país nas próximas décadas, como bem disse o ilustre Senador Cristovam Buarque. Segundo o “Pai da Educação”, há um excesso de desejos e de candidatos, mas uma escassez de ideias-força e de propostas para adquirir coesão e construir rumo. Segundo o professor emérito da UnB: “ a população brasileira quer justiça social, mas, apesar do trágico exemplo venezuelano ainda não percebe que esta não se constrói sobre uma economia ineficiente. Também não se dá conta de que os recursos, fiscais e naturais, são limitados.

Ao não perceber isso, o Brasil não entende que a realização dos sonhos no futuro vai exigir sacrifícios no presente: limitar os gastos com recursos públicos conforme a arrecadação; controlar o crescimento da produção para não ferir o equilíbrio ecológico; e evitar intervenções estatais que desorganizem o funcionamento da economia”.

Por essas razões, o Brasil que eu quero é de responsabilidade, de respeito às leis. Uma democracia cada vez mais forte. Um Congresso Nacional sem “imunidades parlamentares” que os protegem do Código Penal. O fim da impunidade, com um basta nos tribunais com recursos, ameaças e advogados caros. Mais respeito “ às instituições”.

O Brasil que eu quero é o país da revolução da educação básica, da tecnologia, da ciência. E não dos que se dizem revolucionários (de esquerda e de direita) e vivem de verbas do governo e de instituições internacionais de caridade política.

O Brasil que eu quero não é país do assistencialismo, do clientelismo, do tráfico com cestas básicas, casas populares construídas com dinheiro do Erário e financiamentos do Banco do Brasil. Mas, um país criativo, inteligente e respeitado no mundo.

O Brasil que eu quero são de políticos para servir e não serem servidos. Governantes que carreguem no seu âmago, as propostas de Estado, de país. Que pense na próxima geração e não na próxima eleição.   

O Brasil que todos queremos é um Brasil desenvolvido, ético e responsável. Por isso, sempre que se conversa sobre o assunto se acaba citando os países do norte da Europa. Mas como chegar lá? Sobre isso não há concordância. Ninguém aceita deixar de lado seus privilégios. Ninguém aceita, de fato, romper com as desigualdades.

Temos o maior sistema universal de saúde do planeta, mas todos sonham e brigam por planos de saúde e médicos particulares. Sabemos que só haverá igualdade de oportunidades quando todas as crianças e jovens estudarem na mesma escola, a escola pública. Mas, todos sonham e brigam por escolas particulares. Sem um primeiro passo na direção certa não haverá mudança de rumo.

*Vicente Vuolo é economista e servidor do Senado Federal


Autor: Vicente Vuolo


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