Antes de tudo é importante dizer, que responder a insultos como o que fez o “por incrível que pareça” deputado Nelson das barbas longas, pode-nos reduzir a insignificância do mesmo, porém decidi correr esse risco, para que se torne evidente minha certeza de que o amor sempre vencerá o ódio, mesmo que seja um ódio “eleito”, ainda que seja nessa fragilizada “democracia” de poucos.
Considerando a santidade súbita de Dom Pedro Casaldáliga, atestada por seu testemunho que o fez reinventar-se, para além de Bispo da Igreja católica Apostólica Romana, a cada segundo de sua vida como defensor dos “oprimidos”.
Podemos considerar que o que o faz um homem santo não é a altura da sua voz, e sim a profundidade de suas ações, e aqui encontramos o primeiro grande motivo pelo qual “pessoas” como Nelson, possuem raiva, e estarrecidamente personificam o ódio contra Dom Pedro que ao meu ver é indiretamente ódio contra o Evangelho. Poderíamos recorrer ao famoso ditado: entre os que fizeram o bem, e marcaram a vida de muitas pessoas com sorrisos e esperanças, quem é Nelson Barbudo “na fila do pão?”.
Nos seus 92 anos de vida, da Espanha ao Araguaia, Dom Pedro, cumpriu a máxima do evangelho: “não há maior prova de amor do que dar a vida pelo outro”, só e tanto fez isso que chegou a receber o título de Doutor Honoris Causa por ter defendido em toda a sua vida, o direito e a felicidade de homens e mulheres, aos quais dom Pedro após o título os denominou “Doutores da Utopia”. Esse foi apenas um dos inúmeros reconhecimentos que Dom Pedro recebera durante a sua história, o que nos faz mais uma vez, recordar o dito popular: “quem é o barbudo na fila do pão”?
Pedro foi um homem, um bispo, uma pedra fundamental, e no sapato, no tempo certo, do jeito bom, e necessário para todos aqueles que com ele cruzaram o chão vermelho desse Araguaia. Não me admira que alguns que tiveram esse Pedro, essa pedra, no sapato, apenas tenha coragem de enfrentar a franzinísse desse santo após sua páscoa.
Isso se dá por dois motivos: primeiro a natural covardia dos ímpios, que os faz presos aos próprios umbigos apodrecidos pela corrupção e sangue na mão, tornando-os baixos e ridículos como esse tal das barbas longas.
Em segundo lugar, por uma questão de fé: levando em consideração o conceito de inferno: “a ausência total de Deus”, palavra proferida pelo então deputado, podemos chegar a plena conclusão que nem um de nós somos capazes de afirmar quem vai ou não para o “inferno”, mas com certeza podemos afirmar, quem vive esse tal de “inferno”, pois são justamente os que trabalha contra a paz, contra a vida, e a unidade das pessoas, afinal; Deus é comunhão!
Portanto, se Dom Pedro foi ou não para o inferno, não compete a mim mero padre, muito menos ao tão e “graças a Deus” passageiro deputado concluir, mas que esse mesmo vive e produz em torno de si mesmo um inferno, isso podemos, pela sua própria existência, e infelicidade escancarada da ausência de boas obras e presença de ignorância.
Sem mais delongas, marco aqui a posição de repúdio de um jovem padre, e encerro minhas palavras àqueles que deixam as barbas de molho na ignorância, recordando outro grande santo, amigo de Dom Pedro, que com certeza riem no céu do esperneio do barbudo: “quando dou comida aos pobres me chamam de santo, quando questiono porque são pobres, me chamam de comunista”( Dom Helder Camera).
Se é assim, preferiria ser conhecido como seguidor daquele que afirmou “Bem aventurado os pobres...”, mas se por falta de fé preferirem, considere-me comunista, pois nunca entenderei, nem tampouco aceitarei a fome e a dor de meus irmãos. Pedro vive, porque vivo está Nosso Senhor Jesus Cristo, que ressuscita em cada libertação!
MARCO ANTONIO GALLO é pároco na cidade de Confresa em Mato Grosso
Autor: Redação AMZ Noticias