Quero deixar registrado, que a minha independência política e a sensibilidade social e moral, expressadas em postulados fundamentais de convivência e de responsabilidade no trato da coisa pública, são reiteradas na defesa intransigente de minha região, que fascina o meu espírito político e por que não dizer cívico.
A fidelidade ao meu querido Mato Grosso, e principalmente ao meu Vale do Araguaia e seu povo, com seus valores éticos e políticos, na vocação de um povo sofrido, mas persistente, honesto e trabalhador, únicos e decisivos na construção de uma história, por anos sem a presença do Governo.
Em verdade, a população do Araguaia sobrevive e se afirma em seu grupo ou região à medida de suas necessidades e a raiz do problema e de toda dificuldade, está em que o governo, partidos, ou melhor, dizendo parte da classe política, não estão preparados para administrar e fazer operar uma verdadeira transformação regional, isto é, sociologicamente voltada para a produção, comercialização, circulação e repartição de riquezas de nosso estado, principalmente no atendimento de nosso povo.
A política de nosso estado deveria ser vista como uma arte de promover o bem comum, capaz de criar condições de valores humanos, ao contrário promove, isto sim, a angustia e a desesperança, principalmente na classe menos favorecida ou carente.
O que restou, então, à classe política deste estado, principalmente os componentes desta Casa de Leis, indiscutivelmente, mais preparada e competente, sob o ponto de vista retórico e intelectual, com deputados de sólida formação ética e cívica, senão retrair-se, curvando a vontade de uma estrutura de governo e de situações criadas, nem sempre beneficiando a sua população.
Em vista disso, se faz necessário despertar.
Em suma, não podemos deixar chegar ao ponto, em que a sociedade decida tomar nas mãos seus próprios destinos, pois, quando a necessidade, a aflição e a desesperança entram em sintonia com o coletivo, não há força política ou ideológica capaz de deter seus passos suas ações, como o gravíssimo episódio do Posto da Mata e suas regiões, um verdadeiro crime cometido com a população local, e nas incontáveis mortes de nossa população carente sem assistência médica. Isto é fato e isto é um absurdo.
Necessário ressaltar, que este estado passou a comandar todo o processo econômico e político, passou a intervir extensa e intensamente no setor privado, com leis e portarias diárias, inibindo iniciativas, bloqueando investimentos, levando a todos nós admitir a falência irremediável do poder público, nos seus setores mais importantes como a saúde, e como podemos observar, em todos os setores do governo, tais como, educação e segurança.
Na falta de um perfil ideológico mais nítido, mais comprometido com o povo, o governo se deixa dominar por um hibridismo político administrativo, que acaba por desaguar numa avalanche de fisiologismo eleitoreiro, que o desfigura por inteiro, que o definha e o degrada, o ponto de torná-lo inconveniente e dispensável. E isto não pode ser ignorado.
Devemos conscientizar definitivamente, como integrantes de um poder público, que a capacidade contributiva da sociedade chegou a exaustão, e sem a contrapartida necessária, o povo não tem mais onde tirar para bancar a ineficiência do governo, ou para financiar os crescentes desmandos na aplicação de recursos públicos.
Conheço o povo mato-grossense, principalmente o da minha região araguaia, respeito o cidadão comum, que enquanto espera mantém a sua fé, pois somente com ela consegue não só suportar a vida como vencer o tempo e a desesperança, este é o caso do nosso povo do Araguaia, que procura resistir, na esperança de uma virada inexorável do tempo e da postura dos governantes.
Todos já sabemos e nos cansamos de constatar que a miséria, a pobreza absoluta, estende cada vez mais as suas garras, levando ao desespero a milhões de mato-grossenses, e indago neste momento, se ainda há saída, se esse túnel que adentramos não tem fim, mas apesar de tudo verifico que a solução é tão singela, que dispensaria maior incursão a lógica, ou seja, é só ter compromisso com o povo.
Como Deputado, procurei alertar o Governo do Estado, em casos graves e que poderia comprometer toda uma estrutura preparada, mormente, no caso das obras para a realização da copa do mundo, as providências foram tomadas e com certeza seguirá no seu ritmo normal.
Alertei, a respeito dos incentivos fiscais praticado em nosso estado, que o modelo atual, não irá prosperar, face o poderio da classe política do centro-sul, e a solução foi colocada em plenário, ao alcance de todos, neste caso, é só esperar para ver.
Alertamos, com ênfase sobre o ICMS, da energia elétrica, recolhido pela população de nosso estado, que deveria ser repassado, imediatamente para a conta única do estado, e não ficar nos cofres de uma empresa privada, e este assunto não pode ser esquecido, pois, representa a solução de muitos problemas sociais de nosso estado.
Inspirado por esses princípios, procurei neste período exercer o meu mandato, ainda que por pouco tempo, numa fase de tumultuada exigência de todos os setores da sociedade, unicamente pela consciência de que fora eleito e convocado, como todos nós deputados, para um serviço público de alta relevância, e nossa missão é de traduzir em serviços públicos de alta qualidade, os impostos recolhidos por toda a população do estado de Mato Grosso.
Como suplente, deixo uma vez mais esta honrosa casa de leis, com o sentimento do dever cumprido, e cada vez certo que o estado de espírito de nosso povo, que os sonhos de bem estar e de justiça não estão assim tão próximos, porém que não são nada inatingíveis, devemos confiar em nosso trabalho, palavra chave para sugerir uma cruzada estadual, nunca temer o amanhã, porque acima de tudo temos a proteção de nosso bom Deus, e o ideal de paz e de felicidade irá acontecer se vai demorar não importa, o que vale é ter coragem de lutar para alcançá-los.
*Adalto de Freitas Filho é Empresário e Deputado Estadual em Mato Grosso.
Autor: Adalto de Freitas Filho