Inquieto, simples, humilde, porém bom de briga e de uma oratória quase impecável, ele é ainda um dos poucos que acreditam e sonham com o retorno para Suiá Missú, enquanto muitos já desistiram, abandonaram seus sonhos, estão largados, jogados e desesperados, ele ainda “chora” pela a terra que ajudou construir, fazendo de Estrela do Araguaia até janeiro de 2013 o maior povoado do Norte Araguaia e o único que tinha “gente” suficiente para se tornar cidade, porém que morreu com a desintrusão da Suiá Missú e o nascimento da Marãiwatsédé.
Estamos falando do produtor Sebastião Prado, conhecido como Tião Barbudo, casado com a também inquieta, Nailza José Bispo, pessoas que dão o sangue pela a esperança da Suiá Missú, muitos puderam ver e perceber o quando eles acreditam nesse pedacinho de chão, que acreditam na justiça e que custam acreditar que houve tamanha injustiça num país tão faraônico como o nosso que os direitos humanos só existem para bandidos (ver filme tropa de elite para entender o que dizemos), pois não funciona nem mesmo para os moradores de rua das grandes metrópoles.
Sebastião Prado ainda acredita na Suiá, como majestosamente é chamada, ele arregaçou as mangas e continua brigando, não sai de Brasília, e quando sai é para debater os desaforos com os ruralistas país a fora, vi pessoas chorando com o discurso do Tião, exemplo foi na Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul, onde ele com seu discurso colocou muito engravatado no bolso e ensinou que o caminho das pedras era outro totalmente diferente.
Ele ainda ajuda organizar movimentos país afora contra as injustiças da Fundação Nacional dos Índios, que assalta o Brasil debaixo dos próprios olhos dos brasileiros, só não vê quem não quer, quem está cego com o capitalismo soberbo que os fazem não ver que a nossa pátria está sendo massacrada por interesses dúbios de organismos internacionais.
Mas voltando a falar do personagem principal deste conto da vida real, desta pequena fábula que a vida me colocou nas mãos, digo, do Tião Barbudo, homem simples que molha a camisa para restabelecer a dignidade do povo da Suiá Missú, nome este que ficou conhecido internacionalmente bem antes da desintrusão, pois aqui já foi terra de Papa, do Vaticano e das santidades de Roma.
Em um vídeo vi, Tião chorando, andando de um lado para outro na casa do Advogado Luiz Alfredo, lá ele parecia desesperado, não acreditar no que tinha vivido e no que tinha acontecido, mas com a cabeça no lugar ele reergueu e abriu novamente as portas da Associação dos Produtores Rurais da Suiá Missú (Aprossum), e é com essa associação que ele continua sendo o nosso personagem e por que não dizer o nosso “herói”, pois ele pode até não vencer essa guerra, mas na minha história da vida real, muitos heróis não vencem a guerra, porém vencem a dignidade e serão lembrados como nossos heróis.
Que no Brasil possam surgir outros “tiãos”, que possam lutar por pessoas que já não conseguem nem mesmo lutar pelo arroz e o feijão que antes era farto sobre a mesa. Que os engravatados que fazem o mal do nosso país possam ser depostos do poder e um novo tempo de paz possa vir ao nosso encontro, porém se essa paz não vir fico com a canção do “Santo Cristo” nos ouvidos, narrando a simples falácia final, “Santo Cristo só queria falar com o presidente para ajudar toda essa gente que só faz sofrer”.
Não desanime Tião, pois como “escrevedor” de boas e más palavras contra essa trupe que dizem mandar no nosso país, vou sempre estar do seu lado, e nas minhas orações vou sempre pedir para aquele que faz o impossível proteger pessoas que como você acreditam que ainda é possível ter um Brasil melhor.
P.S: Esse é um conto da vida real, narrado de forma simples, mas que ilustra um pouco da nossa indignação contra os “poderosos” que todos os dias roubam os nossos sonhos.
Leandro Lima, jornalista e Youtuber e Colaborador do Jornal da Noticia
Autor: Leandro Lima