Para quem vive há alguns poucos anos na pequena e tão acolhedora cidade do interior do estado de Mato Grosso, com o nome Vila Rica, que for dono de um mínimo sentimentalismo e percepção das pessoas, em sua totalidade, pode constatar o quão rica é nossa Vila Rica, distante mas orgulho de nossa gente.
Meu apreço maior na vida, é de longe, os tão sábios de empirismo, os idosos. Porém, volto à minha proposta inicial para a “concepção” referente aos jovens de nossa cidade. É curioso observar as vontades de cada um, como elas se “tornam” e como elas se “fazem”.
Sou da década de 90 e acompanhei vários “adultos” saindo da escola de ensino médio para ir estudar fora. Esse “estudar fora” era algo tão genial e inalcançável, que eu chegava a ver estes, que pareciam tão adultos, como reis. Reis do conhecimento, reis dos livros, reis das viagens, reis de experiências e principalmente, reis de histórias pra se contar. Ah, e como eu as amo...
Hoje, por conseqüência dos anos que se passaram, sei que as coisas não são bem assim. Porém, algo desperta em nossos jovens, uma vontade de seguir este mesmo rumo. Arrisco a dizer que são por dezenas de motivos, moda, ordem dos pais, influências pessoais, vontade própria ou pelo simples e complexo fato de que “você tem de estudar e fazer o que o pai não fez, vá!” Tais motivos são relevantes e, é no mínimo, instigante observar o querer de tais.
O “querer” está presente em cada um, em alguns é um querer de simplesmente sair de Vila Rica, “porque não tem nada” e outros saem pela necessidade de querer, interiorizada há tempos, de saber, de viver. É quase que um costume vilariquense disseminado entre os jovens que age como uma onda, que arrasta todos ou a grande maioria.
A grande maioria, que se cobra um sucesso intelectual, que luta para retribuir o esforço que os pais fizeram á todo momento e ainda o fazem, e como eles fazem. Mas não entenda isso como algo ruim. É uma onda do bem, uma onda de influências que faz com que os jovens se dediquem a algo que trará um resultado positivo, em nome dele, da família, ou de outro alguém muito importante.
E como todo sucesso é precedido de dor, todos sofremos, “de saudade, de alegria, de tristeza, de noites mal dormidas estudando, ou na gandaia. De tudo acontece, e no dia que formos velhinhos, vamos ter muitas histórias pra contar”.
Da mesma maneira que os mesmos jovens vilariquenses que ficam em nossa querida Vila, tem suas histórias pra contar. E eu sei, como há uma vontade de estar diariamente na “nossa Vila”, por mais que tudo que vivamos e conquistamos a cada dia longe de nossa “vilinha”, seja prazeroso e animador.
Vocês, jovens vilariquenses (de agora), inspiram futuros jovens mato grossenses, que inspirarão outros e as histórias estarão sempre aí pra contar. Com uns dispositivos e aplicativos a mais, mas histórias sempre serão histórias. Independente de onde você, jovem vilariquense estiver, viva suas histórias e conte-as. Porque um dia Vila Rica fez parte de você e de todo esse sonho.
Sou filha de pais que se consideram vilariquenses e que devem á essa cidade grande parte do que têm a moral e educação e ainda claro, os sonhos, afinal este texto não é uma pesquisa, “é uma concepção ou talvez somente uma observação”... Amo Vila Rica.
Jhenifer Heinrich é fotógrafa e estudante de jornalismo na UFMT, mora em Cuiabá e é com muito orgulho filha de Vila Rica.
Autor: Jhenifer Heinrich